Enfeite seu coração! Automaticamente estará enfeitando você! Heloísa Lugão

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

A busca pelo ponto de equilíbrio

Têm uns 4 anos que não sento e escrevo com o coração, deixando sair tudo que fica martelando minha cabeça na tentativa de encontrar uma solução (chegou a rimar).
Nesses 4 anos sem escrever e blogar muita coisa aconteceu e mudou, tanto pelo lado positivo quanto pelo lado negativo e ,para mim, o pior de tudo que me aconteceu foi eu ter me perdido de mim novamente.
Quem acompanha aqui (se é que alguém ainda acompanha blogs) sabe que meu primeiro blog foi uma tentativa de salvar um relacionamento fracassado e quando dei por mim eu era quem estava toda lascada e graças a Deus consegui me salvar. Me salvei, me descobri, me conheci, muita coisa bacana aconteceu (mais coisa boa do que ruim) e por um simples relaxo acabei me perdendo de novo.
Nesses 4 anos venho tendo muito altos e baixos (os baixos lideram) e venho buscando meu ponto de equilíbrio, sem sucesso algum. 
Não tenho feito a grande maioria das coisas simples que gosto, tenho fracassado na minha conquista de me reencontrar, tenho sido pesada, chata, crítica e dona da razão. Infelizmente cheguei ao ponto de nem eu mesma me aguentar.
Eu que sempre falei, lutei e com muito custo consegui minha autoestima e amor próprio me vejo sem eles. Adoro correr no final do dia, mas o sofá tem me ganhado. Amo pintar minhas unhas de colorido ouvindo minhas músicas, mas o netflix tem ganhado. Gosto de me alimentar bem, é uma sensação tremenda de que estou me cuidando, mas doces têm sido meu vicio, o álcool é todo final de semana, os carboidratos me acalmam. Sou apaixonada por ler e escrever , mas preguiça sempre vence.
Essa situação de preguiça, de acomodo, de relaxo e desleixo tem acabado comigo. Pra piorar parece que as pessoas sabem que você está no chão e aproveitam para te pisar na tentativa de elevar o ego delas. Os problemas chegam com mais facilidades e se tornam cada vez mais complexos de se resolver. 
Poderia esperar o ano acabar e começar essa jornada de mudança no dia 01/01/2019 mas eu quero isso para ontem, para agora, é algo que não dá mais enrolar, adiar, é agora é pronto!
Tenho reparado que as pessoas estão mais "deixa a vida me levar", lendo demais "ah, você está perdido- tudo bem!", não, não é tudo bem assim. Se é algo que te incomoda é hora de levantar e agir.
Se você que está lendo isso agora e aceita algo mas que não lhe agrada muito na sua vida e segue como "tudo bem": tudo bem!O que não me agrada tento mudar, se você aceita já é um problema seu e não meu, porque eu não sou assim.
Claro que já tentei ser e aceitar as coisas como estão , mas não dá, não é pra mim.
Então decidi voltar a blogar, além de um refúgio será uma espécie de diário onde colocarei minha evolução na busca do meu ponto de equilíbrio. Voltar a escrever pelo menos a cada 2 dias, talvez de forma "anonima " porque não quero escrever para que alguém me leia e sim para eu me encontrar, onde será um momento meu.
Obs: o texto tem muito "eu" para você ver o quanto estou na busca do meu eu verdadeiro
Obs: parece que o texto ficou meio doido, sem sentido, perdido, mas é porque eu tenho estado assim e prometo que com o passar dos dias a escrita ira melhorar ;)

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Um novo amor



O mundo e suas voltas

Anne resolveu que era hora de seguir um caminho diferente que levava a Pedro, queria sentir o que já não sentia mais por ele. Queria alguém que ao acordar ficasse olhando para ela. Resolveu jogar tudo para o alto e ela conheceu Marcos.
Na primeira vez que o viu se encantou pelo sorriso do moço. Ao abraça la soube que era ali, naqueles braços, que queria morar.
Ele a conquistou e ela viu que seguir um caminho diferente foi o melhor.
Quando saíram pela primeira passaram horas conversando e ela sentiu se à-vontade como há tempos não sentia.
Mas Marcos não era fácil. Era cabeça dura, teimoso que só. Às vezes agia como um adolescente, mas ao seu lado ela respirava paz.
Com o tempo ela passou a respirar amor. Não, não dava para voltar atrás. Ele estava sempre ao lado dela.
Este relacionamento não é fácil, mas só eles sabem o que passam e o que sente. Talvez seja por isso que volta e meia se deparam com algum sinal de inveja.
Eles são bonitinhos juntos e super parceiros. Mas tem horas que desejam jogar um deles de um prédio de 10 andares. Irritam-se, brigam e ficam “de boas”.
Ela precisa superar umas atitudes que não gosta da parte dele e ele precisa ser um pouco mais cuidadoso com algumas coisas. Eles têm a certeza que tem um ao outro, talvez seja por isso que volta e meia se deparam com um descuido do outro.
Ela não queria sair do lado dele e nem soltar suas mãos da dele. Ela gostava daquele amor. Ela gosta desse amor.

Mas na verdade, a única certeza que Anne tem foi que seguir um caminho diferente e encontrar Marcos a sua espera foi a melhor volta que vida deu a ela.
Heloísa Lugão

Escrever escrever escrever




Preciso escrever, mas não sei o que escrever. Parece que estou entalada. Nada sai.
Talvez eu esteja insatisfeita ou talvez queira as coisas do jeito dos meus sonhos e idealizações.
Talvez passo mais tempo olhando a grama do vizinho do que cuidando da minha. Talvez escrever seja a cura. Escrever o que, não sei.
Imaginei tanta coisa e nenhuma foi passada para o papel. Preguiça, desleixo, falta de tempo não, porque quando quero dou meus pulos.
Talvez essa noite escreva vários textos e suma novamente. Mas também posso escrever sem nexo e sumir ou voltar amanhã.
Mas escrever me acalma, me sinto livre nesse mundo que tudo me prende.
Talvez eu sinta a falta da liberdade. Falar o que penso, mostrar o que sinto e não ser contrariada pelo olhares e falas das pessoas.
Talvez o que realmente falta é o que mais sinto falta: Eu.
Eu por eu, eu por mim. Eu sem ti, sem nós e eu sem eles. Eu por eu.
E aqui sou eu por mim. Apenas.
Heloísa Lugão


*OBS: recebi emails pedindo o desfecho da história de Anne....Pedidos atendidos

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Escrevo o que não consigo falar




Procura-se a minha paciência, com direito a recompensa. Se não fosse tão trágico diria até que rimou.

Preciso de uma simpatia, uma mandinga para tirar essa nuvem negra que está sobre mim. Tá brabo mesmo, porque tá carregada a nuvem.

Necessito de uma caixa de Rivotril, Lexotan, Olcadil ou algum calmante bravo para ficar mais calma. Não adianta suco de maracujá, pés de alface. Quero e preciso que coisa forte mesmo.

Quero ir para uma ilha deserta e ficar uns dias lá sem nada e nem ninguém, alias tem como eu sair de mim? Queria deixar essa parte ruim aqui e seguir com a parte boa para a ilha.

Porque tá difícil minha amiga. Sem vontade nenhuma. Vim até escrever pra ver se alivia e também  sei que  saem bons textos quando estou triste. Só olhar para o lado e vê que os textos mais lidos são os que escrevi na bad. Só que essa minha bad tá badZona de tão grande que tá.

Pensei em largar do namorado, brigar com os amigos, sair de casa, contudo acho que isso só vai piorar. Se bem que não sei se tem como piorar isso tudo.

A verdade é que nem todos os dias são coloridos, mas os meus dias tem sido super nublados. Talvez eu esteja assim devido a Tensão Pós Menstrual (TPM) ou esteja assim por culpa minha e não fazer nada para mudar. Só sei reclamar, resmungar, blasfemar e afins. Mudar que é bom, nem de pijama tô mudando quanto mais de atitude.

A vontade que ando tendo e segurando é de chorar. Me irritou, quero chorar. E para me irritar basta dizer OI. Porém, caso não me diga OI eu também vou chorar. Então deixe-me chorar. Chorar em paz, com soluções, dolorido, sofrido, alto, que alaga tudo e que alivia a alma.

Ando fria, distante, desanimada, talvez até triste. Tinha tempos que essa onda do mal não me pegava. E dessa vez pegou, pegou feio. Tão feio que não estou conseguindo ver o lado bom de nada e sem esperanças de melhoras. Eu que sempre fui a Dona Esperança, Maria Que Vê o Lado Bom de Tudo, Ana Que Acredita que Até no Lixão Nasce Flor, estou aqui.... Desacreditada.

Estou um porre, um saco que nem eu ando aguentando a minha companhia. Todo mundo está chato e insuportável. Será que tudo está normal e o problema sou eu? Não estou conseguindo nem conversar comigo mesmo de tão desagradável que estou. Olha só o paradoxo: quero abraços e quero distância das pessoas.

Será é por conta do clima que está deixando tudo frio e nublado e está influenciando nessa maré. Talvez essa nuvem negra seja do clima mesmo que está deixando tudo escuro, por dentro e por fora de mim.

No fundo, por mais que eu reclame, chore, resmungue eu sei que vai passar e se eu quiser adiantar a passagem é só eu levantar e fazer algo para isso.

Obs: Pensa em um alivio... eu tô!!!

Heloísa Lugão

terça-feira, 5 de maio de 2015

A sorte de um amor

Dizem que quando uma escritora se apaixona o amado será eterno, pois é agora você é eterno. Não é a partir de agora que você se torna eterno, você se faz eterno há sete meses em minha vida.

A gente sempre procura um amor tranqüilo, um amor maduro, um amor que entenda e que nos ame como somos. Depois de muito tempo encontrei isso. Encontrei você. Sorte a minha ter você.

Aquele amor bonitinho e puro dos livros que li, dos filmes que vi e dos textos que escrevi encontrei em você. Hoje sou a protagonista de uma história que sempre quis, e não mais uma mera sonhadora.

Quero sempre a nossa sintonia, amizade, cumplicidade, lealdade. Adoro fazer nada e tudo com você

Lembro que quando começamos a namorar e saiamos sozinhos não conseguia acreditar que uma pessoa faria eu me sentir tão feliz ao lado dela. Só dela. Eu que sempre fui acostumada a sair com meus amigos, desde então me divirto mesmo estando só com você. Você consegue me fazer feliz.

Eu que não dava certo ninguém, dei certo com você.

Sempre disse que o cara que fosse namorar comigo podia bater no peito e gritar (caso queira) “ELA É MINHA”. Pode bater no peito estilo Tarzan e gritar que sou sua, pois sou!

Queria alguém ao meu lado que não fosse apenas um namorado ou um cara para dar uns beijinhos e amassos, queria alguém em que eu pudesse confiar e que fosse meu amigo. Você é meu melhor amigo.

Alias você desenvolve a melhor parte de mim. Me Fez tornar uma pessoa melhor, ou melhor, uma mulher melhor.

Sei também do quanto você mudou desde que estamos juntos. Fico muito feliz por ter conseguido despertar em ti o seu melhor.

Eu gosto do seu jeito tímido que te deixa com o rosto vermelho, gosto do seu olhar pequeno, da sua orelha estranha e do seu pé feio. Amo o seu sorriso, deliro no seu abraço, me entrego nos seus beijos. Adoro suas bracetas, seu cabelo e principalmente te morder. Gosto de tudo em você e de tudo que você faz por mim. Tenho a certeza que te amo para sempre, já que jamais vivi algo tão maravilhoso assim.

A sorte de um amor tranqüilo que até meses atrás era desconhecido foi descoberto com você. Obrigada por me proporcionar momentos maravilhosos ao seu lado. Obrigada por sentir o que é a sorte de um amor tranqüilo e maduro.

Heloísa Lugão



segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

De volta pra casa



Mesmo que seja em passos lentos um dia voltamos pra casa.
Pra nossa casa, aquela casa que nunca deveríamos ter saído.
Para o nosso lar interior, onde temos o nosso aconchego, o cheiro de limpo e tudo está organizado ou nem tão organizado assim.
Mesmo que esteja bem bagunçado, a nossa vontade de arrumar tudo é tanta que fica até mais fácil.
Talvez tenhamos voltado pra casa porque saímos de uma zona de conforto ilusória. Talvez tenhamos voltado por questão de saudade mesmo. Saudade da gente. Às vezes saímos de pelas pessoas, pelo trabalho, pelos sentimentos, por nós mesmos.
Voltamos humildes, cansados e a cada pequeno passo que damos o ar fica menos pesado, nos tornamos mais leves e a felicidade também vai voltando.
A gente pode querer o bem a todo mundo, amar todo mundo, mas se a gente não se faz o bem e não se ama de nada adianta.
Sair de uma zona de conforto onde se vivia em confronto é pode respirar aliviado, é querer o bem para a pessoa mais importante do mundo: nós.
Fechar um ciclo quando queremos por um momento é bom, n’outro nos traz o medo.
Mas a gente não pode ter medo da felicidade. Felicidade sim, porque na zona de conforto onde vivia se o confronto tinha se tudo... Menos a felicidade.
A gente tem que encarar o novo, sair da zona de conforto, fechar o ciclo, recomeçar quantas vezes for necessário. A gente tem que fazer aquilo que nos faz feliz.
Voltar pra aquela casinha alegre é a maior felicidade de todas, a nossa casinha interior.



Heloísa Lugão

sábado, 13 de setembro de 2014

Sobre as mentiras que já nos contaram


Se tem uma coisa nessa vida que odeio é mentira. Acaba comigo e com a confiança na pessoa. Quebrada uma vez, já era. Nem perca seu tempo tentando colar os pedaços. Não precisa nem juntar, apenas retire-se.

 A maioria dos meus relacionamentos (a maioria- não todos) era recheado de mentiras. Teve um que as mentiras apareceram no final, outros que apareceram do começo ao fim, outros que não tiveram, outros que em algum momento teve mentira e com isso quando me envolvo com alguém novamente tenho pânico só de pensar que a pessoa vai mentir pra mim. Talvez eu tenha que procurar novamente a terapeuta ou arrumar mais coisas para fazer e sair desse foco.

Com essa desconfiança acabo magoando as pessoas, deixando-os desanimados, chateados por estar em suspeita com eles. Muitas vezes essa desconfiança acaba estragando tudo.

Sei que isso não acontece só comigo. Sei que muitas pessoas que passaram por um problema parecido ficam assim. Tem receio de se envolver. Ficam com medo de saírem magoadas, tem temor só de pensar em uma traição e mentira, não querem a dor e assim saem fora do cara que poderia sim trazer mais dores e traumas para a vida dela como poderia trazer flores, confetes e purpurinas para a vida.

Acontece, que nem todo mundo será babaca com você, vai mentir, te trair, te fazer sofrer. Já cansei de dizer por aqui que existe muito cara bacana no mundo, acredito e conheço vários.Se o cara te passar pra trás, coitado dele. Coitado porque você está sendo verdadeira, com sentimentos bons e ele brincando com tudo isso. E se o cara for babaca com você, você vai chorar e sofrer, todavia ali na frente alguém vai secar suas lágrimas e curar a dor.


Heloísa Lugão

sábado, 30 de agosto de 2014

Sobre as Cafajestes



Nos dias de hoje o homem é cafajeste e a mulher é piriguete. O cara pode sair, dormir, transar de primeira com quantas mulheres for preciso, no outro dia sumir para a garota da noite anterior, aparecer só quando não tiver outra opção e este é chamado de garanhão pelos amigos e de cafajeste pelas mulheres. Já as mulheres que transam de primeira, ficam com vários caras na mesma noite, dormem com quer, somem para o cara da noite anterior e só aparece quando está carente é piriguete para as amigas e para os caras. Tabu, nos dias atuais ainda existem tabus.

Na minha concepção piriguete é a versão feminina do cafajeste. O cafajeste  não liga pra nada, não quer saber de romance, não quer saber do dia seguinte e sim do agora, não quer se apegar, quer apenas se divertir e alguns momentos de prazer sem compromisso. A piriguete é a mesma coisa, ou melhor, a cafajeste.

Nos dias atuais uma mulher ser chamada de piriguete é feio já o homem cafajeste é lindo. Cafajeste é aquele que consegue levar várias mulheres pela lábia, o garanhão, o cara que é desejado pelas mulheres. Ledo engano quem pensa que mulher não tem lábia e não consegue uns garros quentes de quem está afim e no outro dia sumir. Sobre a questão da conversinha fiada no pé do ouvido só digo uma coisa: acredita quem quer!

Bom, neste texto não quero chamar a mulher de piriguete e sim de cafajeste. E eu já fui uma e tenho várias amigas que são e já foram cafajestes. Tenho amigas que já terminaram o namoro em plena viagem, outras que só aparecem para um sexo casual, outras que não querem apenas um e sim vários, outras que não querem ninguém no pé, outras que tem uma boa conversa e o cara caí e assim vai. Tanto elas, como eu, não somos piriguetes e sim cafajestes pelo fato de fazer com que um cara acredite na nossa conversa.

Desde já deixo claro que nem todos os homens e nem mulheres são o tempo todo cafajestes, que isso acontece em algumas vezes para as mulheres e para os homens. Tem muito cara por ai que é cafajeste e depois se torna um cara legal. Tem muita mulher por ai que é uma cafajeste e depois se torna única. Ser cafajeste sempre cansa, uma hora todos mudam.

Já fui cafajeste em outras ocasiões e nunca parei pra pensar até o dia que pensei em uma situação que aconteceu. Ocorreu uma situação e por uns três dias carreguei a culpa e me senti uma cafajeste de primeira. Arrependi pelo fato de que a pessoa envolvida não merecia o que fiz, ops calma. Na verdade não sei se ele não merecia, não o conheço a ponto de achar isso. As pessoas que o conhecem me “julgaram” pelo fato dele não merecer o que fiz. Ele nunca fez nada comigo, todavia só o vi uma vez e com isso não posso falar que ele é o homem da minha vida, o cara ideal para ser o pai dos meus filhos. Também não posso colocar a culpa na bebida, fiz o que queria.

Carreguei a culpa pelos três dias e aquilo não saia da minha cabeça até que passei um dia inteiro conversando com um amigo que me ajudou a esclarecer as coisas e tirar o peso da culpa que estava carregando pelas costas. O sujeito não quer me ver nem pintada de ouro (escolha dele), mas nunca prometi nada a ele, não tinha e nem tenho nada com ele. Pensei apenas no momento, não pensei em constituir família com um cara que conheci naquele dia.

Todos nós já fomos cafajestes por um dia. Todos nós já iludimos alguém, mesmo que seja sem querer ou com a intenção. Não podemos nos culpar, às vezes algumas atitudes inconscientes são melhores do que as atitudes conscientes. Não se culpe por ter sido cafajeste por um dia, pega isso e torne um aprendizado. Não me arrependo do que fiz naquela noite, todavia, não quero ser cafajeste sempre.


Heloísa Lugão

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

São só lembranças


E não há de se negar que éramos felizes. Durante muito tempo deu certo e fomos sim felizes ali naquele tempo. Gostávamos um do outro a nossa maneira, talvez um pouco diferente dos casais normais, mas nunca fomos um casal normal. Não é porque gostávamos um do outro do nosso jeito que gostávamos mais ou menos do que os casais normais gostam. Nós tínhamos nossos jeitos e nossos sentimentos, tudo a nossa maneira.

Eu fui feliz mesmo quando tinha que dormir com você roncando a noite toda do meu lado e mais um monte de gato. Quando saíamos e perguntavam se éramos irmãos. Quando você me chamava de enjoada. Quando fazia carinho nas minhas costas e cabelo. Quando ficávamos deitados na cama você vendo esportes e eu lendo, ali era paz e amor. Quando me dava chocolates. Quando você me zuava, o que era o tempo todo. Quando você me pedia para cozinhar. Quando você fez um jantar pra mim. Quando me deu aquele ovo da páscoa da Pucca, o sapo que vira príncipe (que era você), a bolsa linda e o cartão mais sincero do mundo. Quando me mandava torpedos na madrugada dizendo o quanto me amava. Gostava mesmo era quando escrevia pra mim, ali sim sentia toda sinceridade. Mesmo quando você esteve ausente no momento que mais precisei, também gostei de você. Quando você cuidava de mim e dizia “toma tal remédio, eu dei pra minha cachorra/ gatos e ficou boa”. Você cuidava tão bem dos seus animais e na verdade de mim você não cuidou tão bem. Não cuidou a ponto de eu decidir ir embora. Éramos bons, contudo não era bom ficar junto.

Meu Deus como você me fazia raiva. Usou toda minha paciência e mesmo assim eu ainda gostava de você.

Fui embora mesmo querendo ficar. Você sabe o quanto tentei, o quanto me esforcei, quanta coisa relevei. Não dava mais. Eu era feliz, porém o sofrimento era maior.
O que mais gostei nisso tudo foi que você gostava de mim do jeito que sou. Não mudei nada para te agradar. Não precisei encenar enquanto estava com você.

Eu gostei, gostei muito e pode acreditar. Gostava do meu jeito, mas era sincero.

Tem histórias que ninguém apaga, nem mesmo o tempo. O que fica são os momentos de alegria e a moral de história. A gente sempre aprende algo com a história.

O fim da nossa história foi começo de uma história bonita que estou escrevendo. Superei meus limites, venci orgulho, descobri o quanto sou forte, venci obstáculos, conheci muita gente bacana, amei e desamei várias vezes (mentira, só uma RS), chorei muito porque crescer dói e me vi obrigada a isso. Na nossa história eu era uma menina, na minha de hoje sou uma mulher.

Hoje não existem mais sentimentos de amor e nem de raiva. Hoje existe uma saudade, uma saudade bonita, daquelas gostosas que sentimos quando só lembramos as coisas boas. Hoje a lembrança é aquela que me faz rir e é essa que sinto quando me lembro de tudo que aconteceu.

Mas recordação boa mesmo é aquela que fica na memória, essa ninguém apaga, já as fotos não fazem mais sentindo ocupar espaço. Talvez sejam elas que estão atrapalhando a entrada do novo que quer entrar e não encontra espaço. O velho precisa sair para que o novo entre. E assim será feito.

E como disse Clarice Lispector: Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras pessoas. E outras coisas..


Heloísa Lugão

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

O melhor lugar



O melhor durante toda a minha vida foi à casa da minha avó Hilda. Foi o melhor lugar até a morte dela. Lá era o meu refugio, fugia de casa e ia pra lá ( minha mãe sempre me achava), adorava dormir com minha avó e lembro que todos os dias ela saia cedinho para ir rezar o terço na igreja. Lá era o ponto de encontro da família, onde todo o domingo tinha festa. Lá sempre tinha alegria, mas também tinha brigas. Tinha muitas comidas, aconchego e um cheiro que só lá tinha. Lá eu brincava, comia sopa todas as noites, bebia suco natural em todos os almoços, era defendida por ela, via o que queria na TV, ela me dava banho e falava que minha mãe não cuidava direito de mim (eu concordava RS). Tinha uma pracinha na frente onde ao dia brincava e a noite tinha medo de passar por lá por ser escura. Uma varanda na frente que sentávamos no fim do dia para conversar e uma varanda nos fundos que fazíamos as refeições.

Durante muito tempo a minha bisavó Dudu morou lá também. Uma senhorinha engraçada que escondia chocolate por debaixo do colchão. Uma senhora italiana que sempre me contava sua vinda da Itália para o Brasil. Que sempre me cobrava pelos namorados e falava que eu iria ficar pra titia. Que vivia em guerra com meu avô, seu genro, e era extremamente engraçado. Uma senhorinha que não ouvia muito bem (ouvia o que queria), mas que enxergava que é uma beleza. Tinha uma cadeira de balanço na varanda que era super disputada. Que ia deitar-se às 19 horas, todavia se você entrasse no quarto dela à 01 hora da madrugada esta acordava e conversava com você.

Lá, sempre foi o paraíso. Lá eu realmente era feliz e não sabia. Lá os problemas não tinham vez. Lá era paz, alegria, amor e aconchego. Gostava mais de lá do que da minha casa.

A bisavó se foi e depois a vó e nunca mais consegui ficar mais de meia hora lá naquela casa. As essências dela se foram, a casa ficou fria e vazia. Entrava lá e parecia que via minha avó andando e falando, na cozinha cozinhando ou no banheiro secando seus cabelos como de costume. E ai era inevitável lágrimas caírem. Depois disso não era mais feliz ali, era triste. Tinha uma saudade que doía, daquelas que apertam o coração e sufocam. Daquelas que só passa quando a pessoa diz “passou, foi só um sonho ruim”. A dona dessa saudade nunca iria falar isso, ela não poderia mais voltar e me dar um beijo na testa e dizer que tudo aquilo de ruim acabou e voltaríamos para a felicidade.

De tudo que minha avó me ensinou a luta pela vida foi a maior delas. Ela lutou contra sua doença até os últimos segundos. Ela sofreu muito com sua enfermidade e todos os dias agradecia pelo dom da vida. Ela tinha uma doença que não tinha cura, o problema dela era só Deus para resolver. E mesmo assim lutava e agradecia por mais um dia de vida. E ela sorria!

Depois que elas se foram pensei em várias formas de comprar a casa e dar para minha mãe. Pensei em me inscrever no BBB, jogar na Mega Sena, mas nunca consegui a grana. E agora a casa está à venda ou já vendida, não sei ao certo.

Eu queria poder morar ali para estar mais perto da minha avó, mesmo ela visitando semanalmente nos meus sonhos, mas agora não tem como mais, agora é de outro.

Fiquei muito triste por saber que outras pessoas irão morar lá. Contudo descobri que o melhor lugar que uma pessoa morar é em nosso coração e na memória e isso a minha avó tem residência fixa. Mas também fico feliz pelos próximos moradores, porque tenho certeza que estes serão felizes assim como todos nós fomos lá.


Heloísa Lugão

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Eles sabem...

Talvez eles realmente saibam ou sentem, bem como uma intuição feminina, quando a moça está em outra.

Anne tem duas amigas que saíram de um relacionamento recentemente e ficaram muito abaladas. De costume, elas procuram respostas que no momento não terão. As respostas só vão chegar quando elas não quiserem. Quando estiverem em outro momento, outra fase. E essas respostas chegarão a suas mãos sem ao menos mover uma palhinha.

Assim como as respostas é possível, bem possível, que estes exs as procurem quando elas estiverem em outra fase, outro momento. Talvez elas ainda estejam sozinhas e não querem ou não façam tanta questão deles. Talvez elas já estejam nos braços de outro alguém.

Recentemente Anne passou por essa situação. Ela não quer mais saber de Pedro, não tem contatos com ele, sumiu do mapa para ele. Ela está em um momento único, tão único que é tão só dela. Ele a procurou com um papo que não colou. Disse que viu umas coisas dela e a mesma na rua e esta aparentava um semblante triste, o que não é verdade, e disse que ficou preocupado com ela. Todavia, ele a procurou semanas depois que a viu e as coisas dela.

Preocupação?! Não minha amiga, ele quer apenas marcar território ou sentiu o gosto do desprezo. Preocupação é algo que procuramos saber na hora e não semanas depois. Ele poderia estar ocupado, muito trabalho, mas se ele realmente estivesse preocupado a procuraria o quanto antes. Desculpa Pedro, mas isso não colou. Tanto que não colou que a moça não sentiu as pernas bambas, tumtum no coração e nem ficou alegre e eufórica. Ela apenas respondeu que ele estava equivocado e ela estava muito bem. Mais uma vez ele sentiu o gosto do desprezo.

Ela não o desprezou com o intuito para que ele volte a correr atrás dela. Foi automática a resposta e reação dela. Ela simplesmente não quer mais. Já perdeu muito tempo ali e viu que é hora de perder tempo em novos caminhos.

A regra é sempre a mesma: as pessoas só dão valor quando perdem. E eles sabem e sentem quando a moça não está mais disponível para eles. Quando ele não é mais o centro do universo dela. Quando aquilo na faz mais sentido. Quando a moça perde a graça não há palhaço que a faça rir novamente.


Heloísa Lugão

domingo, 20 de julho de 2014

Conversa de ex


O namoro acabou, independente de quem tomou a frente, o romance acabou e cada um vai para o seu lado. Não importa se você quis ou não o fim você sofre nem que seja pela questão de costume. E se você não queria o fim sofre mais ainda. Chora, sofre, pensa que vai morrer de tanta dor e vazio que sente. Corre atrás dele e o mesmo ou está com outra ou com outras. Ele some, não te procura, não te atende e te ignora. Ele está bem e você um lixo. Ele sempre sorrindo e você chorando. O tempo passa você supera, esquece, segue a vida, corta e pinta o cabelo, emagrece, muda o estilo e... e ele aparece.

E surge assim do nada. Manda uma mensagem na rede social ou pelo telefone. Aparece como se nada tivesse acontecido. Como se a última vez que se falaram foi semana passada.

Ele chega perguntando como você está que responde bem perguntando como ele está que responde que está “indo”. Ele pergunta da sua família e dos seus amigos e ainda diz que adora todos eles. Este mesmo senhor audacioso começa a lembrar de fatos que aconteceram quando vocês estavam juntos e ainda diz que sente saudades de tudo aquilo. Como se não bastasse diz que te viu na rua recentemente e que você estava linda. Elogios na conversa dele não faltam. Se ele estiver namorando e você pergunta como vai o namoro ele responde com desdenha, não entra em detalhes e ainda critica a moça e compara com você (você é a melhor aqui!). Muitas coisas que você gostava ele ainda lembra e menciona todas possíveis. Ah, não podemos esquecer dos dramas que ele faz, se faz de coitado, largado, triste e arrependido nas escolhas que ele fez ao terminar com você. E para finalizar te faz um convite, mesmo ele namorando/ noivo/ casado, ele quer sair com você, ter sua adorável companhia em uma mesa só que no fundo quer fazer um remember.

Você não se sente mais atraída já que conhece todas as formas de conquista dele. Não sente frio na barriga, perna tremula e nem chora. Apenas ri e liga para amiga contando do fato, pois não acredita. Nem a amiga acredita e pede para que você mande a conversa. Vocês riem da situação e em cada balela que ele diz você tem mais certeza que não quer mais aquilo de novo.

Não quer restos, nem garante e nem ser tapa buracos de ninguém. Já sabe tudo como é e como será. Já andou naquele carro por muito tempo e conhece cada peça. Não sente vontades, tesão e nem sentimentos por ele mais.

Ele foi sim uma história bonita na sua vida, por um tempo deu certo e já acabou. A vida continua e o ciclo de vocês encerrou. Não podemos esquecer tudo que aconteceu enquanto estiveram juntos, foi bom, mas não é bom viver novamente. Algumas histórias merecem cenários novos, personagens novos e sentimentos talvez nunca vividos. Já que sabemos como é a história, por que vive-las novamente se temos a oportunidade de vivermos história na qual não sabemos de nada e que pode ser mais bonita e surpreendente do que aquela já vivida?

Antes de responder o convite, que sem querer o deixa esperando a resposta, faz uma visita na rede social dele que mostra tamanha felicidade sem você na vida dele ou o amor de conto de fadas que ele vive com a namorada/ noiva/ esposa.

Decidida e sem pensar duas vezes diz que não. Ele insiste e volta a chamá-la que inventa um compromisso. Ele quase pede pelo-amor-de-Deus-saia-comigo e você responde que não dá e que já tem compromisso. Não dado por satisfeito diz que você está com outro e que não quer contar. Coitado, mal sabe ele que você está sozinha e poderia sim sair com  ele dar uns beijos, uns garros quentes e talvez rolaria uma boa sacanagem. Contudo, você ainda prefere esperar por histórias, personagens e sentimentos novos. Despede-se dele para ir ou se arrumar para o tal compromisso e volta a assistir seu seriado intercalado com boa leitura no sábado à noite.


Heloísa Lugão

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Por onde anda Anne?


Talvez você a encontre atrás de um livro, ou debaixo do edredom assistindo um filme ou descobrindo um novo seriado, ou na companhia de alguns poucos amigos, ou na sala rindo com seus familiares e amigos nos finais de semana, ou até mesmo deitada pensando na vida e montando alguns projetos. Silêncio é a ordem do momento.

Reclusa. Anne anda estritamente reclusa, exigente e seletiva. Ela já não era mais a mesma. A cada dia se via em escolhas diferentes das quais fazia. Se pegava tomando atitudes que jamais faria em tempos atrás. Estava se sentindo gente grande. Sabia que estava amadurecendo.

Mesmo com várias pessoas reclamando de sua ausência, falando que a moça estava entrando em depressão, que ela estava triste, a mesma não se abatia pelos comentários. Coitados deles que não sabiam o quão ela estava bem, feliz e em paz com o mundo. Este momento é dela, somente dela e ninguém compreende isso.

Estava cansada de uma alegria fantasiada, de altos e baixos e de se decepcionar com as pessoas. Contudo, o que realmente a fez mudar tanto assim foi a tal alegria fantasiada que é aquela alegria quando você está com alguém, quando você tem algo que deseja, aquela felicidade que depende de uma outra coisa ou pessoa. Óbvio que ficaremos e temos que estar felizes quando conseguimos o que queremos, só que estou falando de felicidade, aquela que dura mais. Aquela que existe mesmo quando tudo está morno, nada acontece. Aquela paz, aquela paz com o mundo e com você mesmo. Aquela felicidade que não depende de nada e nem de ninguém, apenas de você. Era isso que ela queria. É isso que ela está conseguindo cada dia mais.

Feliz e serena por estar sozinha com seus pensamentos. Por ter tempo para colocar em ordem toda a bagunça que estava em sua cabeça. Por deixar cada vez mais limpo seu coração. Por se redescobrir. Por ter novos sonhos. Por se reinventar. Por fazer novas escolhas.

Passou a ver o mundo de uma outra forma e percebeu que não foi o mundo que mudou e sim ela. Não queria mais algumas coisas, pessoas, momentos, sentimentos e nem lembranças. Acordava todos os dias disposta a ficar de bem com o mundo. Ela estava conseguindo. Alegria fantasiada aqui já não tinha mais a vez.

Mesmo quieta, sozinha, na dela, estava bem. Ela descobriu que ela precisa dela. Que se ela não fizer nada por ela ninguém vai fazer. Mesmo se sentindo gorda estava de bem com o espelho e animada a voltar para a academia e quem sabe na mesma que as amigas estão malhando.

Anne só queria curtir essa paz verdadeira, curtir a própria companhia, ficar sozinha faz muito bem. Pena que muita gente não entende e não consegue. Ela só queria o silêncio.

Heloísa Lugão

terça-feira, 1 de julho de 2014

As suas escolhas



Essa semana fiquei na dúvida de há quantos anos estou no rol das solteiras e encalhadas. Não sei por que comecei a me questionar sobre e simplesmente perdi as contas.

Lido constantemente com as cobranças da minha mãe que não vê a hora de presenciar meu casamento, de umas tias perguntando sobre os namorados, dos meus amigos me chamando de encalhada em tom de brincadeira, de algumas amigas querendo encontrar um príncipe para mim, outras amigas que tentam achar o “problema” de eu estar solteira há tanto tempo e as boas amigas que me convidam para algumas cervejas, baladas e sempre boas risadas.

Quando meu último namoro terminou fiquei quase um ano sozinha. Quando saia e se rolasse vontade de beijar alguém eu beijava e quando o cara pedia algum tipo de contato eu dava errado. Meu nome era Karla, não tenho redes sociais, uso email apenas para o trabalho, detesto internet e meu telefone é esse (passava o número errado). Devo ter “perdido” a chance de conhecer muito cara bacana, dispensei muito cara bonito e talvez não tenha dado a oportunidade para o tal príncipe mostrar sua cara. E assim fiquei por um bom tempo assim.

Depois dessa fase conheci Mauro, um dos caras mais sensacionais e inteligente que conheci. Envolvemos-nos e eu apareci na fase errada da vida dele. Foi bom, durou alguns meses, não deu certo, peguei minha mala, fui embora, fiquei triste sim e depois recuperei.

Passado o cara estranho veio o Guido, aquele que me fez suspirar aos quatro cantos, que me deu frio na barriga, que me mostrou um sentimento diferente. Só que aqui ele era o cara errado. Por mais bonito tudo que foi ele era o cara errado. Foi bom, durou alguns meses, não deu certo, peguei minha mala, fui embora, fiquei triste sim e depois recuperei.

Algumas pessoas tentam encontrar um motivo para eu estar a tanto tempo solteira. Já me vi em uma mesa com várias pessoas buscando uma explicação para um problema meu. Saia assustada e achando que nem o Santo das causas impossíveis iria resolver minha causa. Santo Antonio já desisti, já que quebrei sem querer a cabeça do menino Jesus e depois a cabeça a do Santo.

As respostas que aparecem quando tentam solucionar o meu problema, deixando claro que as pessoas que buscam respostas e não eu, geralmente são três: você tem dedo podre, você não tem sorte no amor, homens não gostam de mulheres inteligentes e nem independentes.

Em alguns momentos concordei com essas respostas e já estava contentando em ser uma tia que mora em casa cheia de plantas e bichos, faz crochê o dia todo em sua cadeira de balanço, assiste às novelas... Arg!
Mas graças a Deus os momentos de lucidez sempre chegam e a gente para pra pensar.

Cheguei à conclusão de o tal dedo podre é apenas uma desculpa de uma vitima de suas próprias escolhas e estas sempre erradas. Gente que se contenta com pouco, que acha que merece o cara pilantra, que se contenta em dividir o “amor” com a oficial. Você tem o livre arbítrio de escolher o cara que você quer. Você só vai se envolver com alguém se você quiser. Só vai beijar, transar com o cara se você quiser. Se você achar que merece um cara que mente pra você, que brinca com seus sentimentos, que é infiel isso daí é problema seu e não me venha acusar o destino de colocar a pessoa errada na sua vida. Ok, o destino coloca sim pessoas erradas em nossas vidas, contudo, quem decide se elas ficam ou não é você. Comecei a associar esse tal dedo podre com escolhas e autoestima.

E a questão de que os homens não gostam de mulheres independentes e nem inteligentes? Ah minha amiga tenho analisado a fio e tenho visto como uma grande balela.

Os homens gostam de desafios, hoje em dia eles aceitam dividir as contas e gostam de mulheres independentes e se forem independentes emocionalmente então ai que eles se apaixonam mesmo. Homens hoje em dia aceitam dividir as tarefas de casa, as contas a pagar, o tempo da mulher numa boa.

Sejamos bem sinceras não tem nada pior do que você ficar perguntando para o cara se ele arrumou emprego, se ela terminou o trabalho da faculdade, se ele se inscreveu no vestibular da faculdade ou de algum curso técnico. Isso é papel de mãe e não de namorada. Não é chato?! Então,agora inverte da mulher para o homem e o homem para a mulher... Isso também é chato.

Pior do que isso é gente dependente emocionalmente. Muitas vezes eu não dou conta de trazer felicidade para a minha vida quanto mais para a vida de um cara. Não consigo ficar com uma pessoa que depende de mim pra tudo. Que eu sou a felicidade, o amor, a paz e tudo mais para essa pessoa. Isso cansa, pesa. E isso não é só comigo, todos nós sentimos assim.

Não suporto caras que reclamam, que colocam a vida deles em minha mãos, que procuram chamar minha atenção o tempo todo. Muitas vezes eu não sei nem o que fazer com uma caneta na mão quanto mais com a vida de uma pessoa. Eu sei, eu sei que muitas vezes já fui assim só que era chato tentar encontrar uma forma de chamar atenção de um cara. Ficava pior ainda porque estava mendigando atenção e dando a responsabilidade a ele de fazer o que bem entender com a minha vida.

Não venha me dizer que você é carente o tempo todo e que aceita alguém assim. Ninguém é carente o tempo todo, em alguns momentos teremos nosso momento claridade e ai queremos ficar sozinhos, queremos fazer outras coisas que não inclua o outro carente e ai que quando você estiver nesses momentos vai ver que realmente não dá para manter relacionamentos com e/ou por carência.

Conheço uma mulher que além de linda é bem resolvida, independente, inteligente, casada e com filhos. Ela não é raridade, talvez seja. Ela é raridade porque ela não reclama dos homens. Ela sabe que existe muito malandro por ai, todavia, ela já conheceu alguns Dom Juan e até se casou com um. Ela sabe que reclamar e não mudar não adianta de nada. Ela é leve, tem uma ótima autoestima, e feliz por si só. Sabe que tudo depende das escolhas dela.

Ah, mas mulheres inteligentes e independentes, em sua maioria, sempre se separam. Pois é, estamos falando de mulheres inteligentes que não se contentam com pouco. Elas sabem o que é melhor, o que as fazem felizes e que se um relacionamento não faz mais bem para ela a mesma encera o assunto por ali mesmo.

Azar no amor? Azar tem você reclamar de tudo, de ser chata, de achar que todos os homens são pilantras, de ter uma autoestima caída e não fazer nada para mudar, de ficar pedindo nas orações todos os dias um amor do jeitinho que você quer. Sorte no amor tem quem não espera nada dele e é surpreendido. Sorte tem aquela mulher que sabe que as escolhas da vida dela depende dela e estas são as mais inteligentes possíveis e com toda a certa de que está fazendo a coisa certa, que aquilo é o que ela realmente merece. Pare de se lamentar, vitimizar, vai se amar, preparar seu jardim para esperar um amor lindo e verdadeiro chegar.
Ah, só mais uma coisa: estou há 3 anos solteira. Lembrei!!

Heloísa Lugão

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Quem é você?


Dias desses passei pela sala e a tv estava ligada no programa Fátima Bernardes (não vi o tema) mas entre as mensagens que aparecem na tela uma pessoa mandou assim “Tenho medo de não de um dia não me conhecer” e fiquei pensando naquilo. Não sei nem quem é a pessoa muito menos sua idade, porém imagino que seja uma pena uma pessoa não se conhecer pelo menos um pouquinho, até porque nunca chegaremos à conclusão de quem realmente somos.

Contudo, afirmo que é uma delicia esse processo de conhecimento. Cheguei a uma fase da minha vida que conhecia todo mundo, sabia os gostos e preferências de todos menos os meus. Perai, eu preciso saber quem sou, nem que seja só um pouquinho e foi ai que comecei o meu processo de conhecimento.

Cheguei a um ponto onde me achava estranha, sabe essas crises de adolescentes e/ou crises existenciais? Tive a minha aos 23 anos. Não sabia qual era a minha banda preferida, meu prato predileto, nem mesmo algumas qualidades e defeitos. Fazia de tudo para descobrir o que o outro queria para agradar e não fazia nada por mim já que não sabia o que realmente gostava.

Não era uma pessoa interessante, já tentei ser outra pessoa para agradar outras pessoas, corria de mim. Chega, cansei e resolvi mudar. Foi ai que me coloquei de castigo e só sairia de lá quando aprendesse e de brinde por ser uma boa garota ganharia um mimo.

Fiquei de castigo, sofri, pensava que ficaria louca, surtei, queria desisti daquilo, queria desistir de mim, era complicado demais, precisei da solidão, de pensamentos e com o tempo, de pouquinho a pouquinho fui descobrindo quem eu era. Fui me apaixonando e achando interessante a pessoa que estava conhecendo que por sinal era desconhecida e morava dentro de mim.

Essa pessoa desconhecida foi aflorando e passou a se assumir do jeito que é sem ter vergonha e medo do que o mundo iria pensar. O único medo que ela tinha era de que voltasse a adormecer a pessoa linda que existe dentro dela. A vergonha que sentia era de ter passado tanto tempo escondida.

Hoje quando ela conhece alguém já mostra logo seu lado um pouco maluquete, seu estilo um pouco mais livre, seu gosto peculiar, sua personalidade forte. Ela não se passa mais por santa, patricinha e nem que gosta do que a moda dita, alias ela dita sua própria moda. Ela se acha linda em uma sexta-feira a tarde mesmo com a cara acabada de cansaço depois de uma semana intensa, sem maquiagem, descabelada e até inchada. Se acha interessante quando passa o final de semana todo em casa de pijama. Não se encanta com os saltos da moda, se apaixona cada vez mais pelas Havaianas, tudo que é conforto lhe fascina. Não liga pelas roupas larguinhas que usa ao invés de usar uma roupa mais justa que valoriza mais seu corpo. Ela não quer alguém que valorize seu corpo, quer alguém que valorize suas idéias. Ela talvez nem queira alguém, mas ela quer sempre ela.

E desde quando a boa moça saiu do castigo ela vem recebendo mimos um atrás do outro, até já sabe sua banda predileta, seu prato favorito, sua cor predileta. Ela sabe o quer pra si. Ela se tornou tão interessante pra si que muitos que antes ela achava que era o máster de atraente hoje é um mero babaca. Ela se tornou tão interessante ao ponto de muitos a acharem interessante também.


Heloísa Lugão

terça-feira, 24 de junho de 2014

Por que nos maltratamos tanto?


Adoro acordar cedo e principalmente correr na praia. Meu dia fica melhor, mais bonito e me faz um bem enorme, só que tem sido muito difícil acordar cedo já que tenho ido dormir muito tarde e junta frio + preguiça e quando vou ver já perco a metade do dia. Dói, dói muito acordar cedo e no frio. Quando faço isso recebo uma enorme recompensa da vida, seja alguma vista que me encanta, um sorrido de bom dia dado por um desconhecido na rua, uma gentileza, enfim, mesmo sendo dolorido correr pela manhã me faz muito bem e ando muito desleixada nisso. E no fim da corrida sempre me pergunto: por que não faço mais isso?

Olha, sendo muito sincera não gosto de ir para a minha cidade (a que eu nasci), é longe, já não conheço quase ninguém de lá, é muito quente, não tem absolutamente nada lá (pra você ter idéia lá só tem hambúrguer, pizza e churrasco, mais nada) e sempre que vou, e isso anda sendo cada vez mais raro, vou chorando. Quando volto também volto chorando (risos). Vou chorando porque não gosto de ir pra lá, vou mais por necessidade mesmo. Volto chorando porque adoro e amo muito as pessoas que tenho lá: família (alguns deixo claro) e poucas amigas. São poucas as pessoas que tenho lá, contudo são de um apreço enorme. Realmente não saio lá já que o melhor está em casa. E fico me perguntando: por que não faço mais isso?

Muitas vezes nós valorizamos aquilo que não nos valoriza. Damos importância para coisas e pessoas que não fazem o mesmo por nós. Maltratamos-nos quando nos forçamos a fazer algo que não irá nos agradar. Quando a gente sabe que aquilo não faz bem e mesmo assim fazemos. Tem gente que não merece um pingo de lágrimas e estamos lá caídas e mergulhadas em lágrimas por um alguém que possivelmente estará rindo de nossa cara. Tem gente que não está nem ai pra gente e estamos lá que nem um animalzinho de estimação correndo atrás e enquanto isso tem gente que faz isso pela gente e nós muitas vezes desprezamos ou não damos tanta importância

Nos maltratamos o tempo todo. Deixamos de nos alimentar bem, de dormir bem, de fazer o que realmente gostamos e precisamos, deixamos quem nos quer bem de lado, perdemos tempo com gente que não se perde pela gente. É muito tempo perdido e muita falta de amor, amor-próprio meu amigo (a). Ta na hora de perder tempo com quem se perde pela gente. Ta na hora de fazer mais o que nos faz bem. Ta na hora de nos amarmos mais.


Heloísa Lugão

sábado, 21 de junho de 2014

Fugir x Encarar de frente



Anne nos últimos dias estava de bad, de bode, mal, pra baixo. Sentia-se gorda, feia, inchada, cafona, relaxada, burra, sozinha e todos outros defeitos possíveis no mundo. Pensava que era apenas uma tpm, mas aquilo já perdurava por semanas. Era mais uma nova fase. Uma fase que por sinal estava sentindo-se acabada, derrotada. Sabe aquelas cenas de filme onde a mocinha sai do quarto com o cobertor na cabeça, de pijamão, meia colorida e descabelada? Esse era o look nos finais de semana da moça.

Sua casa nos finais de semana estava ficando cheia de amigos e ela mesmo assim sentia-se sozinha. Aconteceu em um sábado onde todos estavam na sala conversando, rindo e ela no quarto vendo filmes. Alias, sua programação era apenas filmes, onde assistia entre quatro filmes por dia.

Das piores da solidão o que mais sentia era a falta de si. Por isso que mesmo cercada de pessoas se sentia só. Não eram quaisquer pessoas, eram seus amigos, família.

Não pensava em uma maneira de mudar aquela fase. Apenas corria de tentar solucionar o problema. Nos finais de semana via filmes o tempo todo, durante a semana se jogava no trabalho onde fazia um extra sem ganhar extra para não pensar.

Com isso pôr-se de castigo. Só sairia dali quando melhorasse. Precisava pensar, mudar essa situação urgente. Ela queria de novo o brilho no olhar, o sorriso contagiante, o jeito leve de viver e estar bem não só com o mundo, mas com ela mesma. Sentia-se tão mal com ela mesma que queria que toda aquela sensação ruim fosse como uma roupa onde ela tira, joga fora e pega outra nova, bonita e limpa.

E como toda moça levada Anne direto estava fugindo do castigo e não estava fazendo um bom uso do mesmo. Pensou em ser mais rígida com ela mesma. Pronto, decidiu ficar um final de semana sem tecnologia. Nada de whatsapp e nem facebook por pelo menos um final de semana. Vamos sumir dos olhos de algumas pessoas.

Na chuvosa noite de sexta-feira a moça iria encontrar-se com três amigas para conversarem. Havia muito tempo que elas não sentavam e conversam. Cada uma foi atualizando a vida até que uma virou-se para Anne e perguntou qual o motivo de tanta bad. Anne contou e à medida que ia contando as coisas iam clareando em sua cabeça. Os conselhos das amigas também a ajudaram. Falar com outra pessoa sobre nossos problemas é muito bom, uma vez que ao falar nós mesmos chegamos a algumas conclusões e também podemos de brinde ter uma ajuda de quem está por fora e não vê o problema como vemos.

Naquela mesma noite a moça reativou o facebook e voltou para o whatsapp. Não adianta correr. Não adiantava sumir, fugir. Quando ela voltasse os problemas dela estariam lá a sua espera. Ela precisava encarar.

Ledo engano dizer que precisava ficar sem essas tecnologias porque precisa de mais tempo. Porque longe delas conseguiria terminar de ler seus quatro livros, assistir a lista de filmes que separou e começar a ler a pilha de livro que estava em sua estante. Ela precisava se organizar, planejar horários, distribuir melhor o tempo.

Não adianta falar que queria sumir dos olhos de algumas pessoas. É apenas não ficar ali procurando por noticias, desprezar a existência de algumas pessoas. Sumir sim dos olhos deles, mas continuar sendo vista por quem realmente a queria bem. É ficar menos tempo nessas redes, cuidando mais do mundo aqui fora e sem precisar desativá-las. É provar pra ela mesma o quanto ela é forte, coisa que muitas vezes duvidava.

A vida segue e com ela levamos os problemas de brinde. Você tem a opção de fugir, sumir, se esconder e tem também a opção de querer encará-los de frente e solucionar todos eles o quanto antes. Anne optou em afrontar contra isso. Levantar-se mesmo querendo ficar deitada, fazer o que queria mesmo sem vontade. E lutar todos os dias contra aquilo até que acabasse. Tipo, matando um leão por dia. Ela tinha muitas coisas para fazer e resolver e não podia dar-se ao luxo de deixar suas obrigações de lado para ficar curtindo bads ou esperando que tudo fosse resolver da noite para o dia.

Mas resolver problemas de solidão interna não é tão fácil assim. Sim, querida Anne todas nós sabemos. Porém, isolar-se e fazer tudo que você sabe que não lhe faz bem é bem pior. Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima.

Heloísa Lugão



quinta-feira, 19 de junho de 2014

Quando gostamos de verdade


Uma vez me falaram que quando a gente se apaixona de verdade mesmo não vemos raça, classe, situação financeira, nada disso. Quem me disse isso estava coberto de razão.

Ele não era nada daquilo que eu estava acostumada. Não tinha nada que eu queria, ele não tinha nada. Eu estava acostumada com caras formados, doutores e não com caras semi-analfabetos cheio de amor sincero.

Eu estava acostumada com caras que mentiam, gostavam de jogar a culpa em mim. Com caras que se vangloriavam e não com um cara que se sentia o máximo por estar comigo.

Ele era o tipo de cara que eu gostava de estar. Que me trazia paz, sossego, muito frio na barriga. Trazia-me muitas risadas, felicidade era cotidiana.

Não me importava que ele fosse um cara que trabalhava na roça. Que a hora dele dormir é a hora que vou para a balada. Que a hora dele ir trabalhar é a hora que eu chego da balada.

Não me importava com as coisas erradas que ele falava. Com as mãos calejadas que ele tem. Com o jeito cafona de se vestir.

Importava-me com as palavras mais sinceras que ouvi. Com os carinhos dele. Com o cafuné nos meus cabelos que só ele fazia. Com o jeito que me abraçava para me cobrir do frio.

Eu me importava com o cheiro de homem que ele tinha. Com o jeito que ele fazia eu me sentir mulher e cada vez mais dele. Importava-me com a sinceridade dele. A confiança.

Importava-me com as atitudes dele. Alias, ele não era de palavras. Ia lá e fazia. Talvez seja ai que me apaixonei mais.

Quando gostamos de alguém, não gostamos do que a pessoa tem. Gostamos do que a pessoa nos proporciona. Gostamos daquilo que a pessoa nos transforma. E ele transformou o melhor de mim em mim.


Heloísa Lugão

domingo, 15 de junho de 2014

Borrou-se de batom naquele beijo



Quando ela estava saindo daquela festa ele foi atrás. Tentava puxar um assunto. Estava na cara que ele queria dizer algo e não sabia por onde começar. Ela olhava e ria.
Ele:
- Eu queria te beijar hoje, mas dizem que quando as moças vão as festas de batom vermelho é porquê não querem beijar ninguém.
Ela limpou-se com as mãos retirando o batom vermelho, olhou pra ele que estava espantado e o beijou.


Heloísa Lugão

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Dia dos namorados sem namorado



Dia dos namorados chegou e você assim como eu está sozinha. Pegue um café, sente-se e vamos conversar.

Não adianta vir falar que está feliz por passar esse dia de hoje sozinha porque não vai gastar com presentes, que você detesta flores e não corre riscos de ganhar, que você não vai jantar naquele restaurante que você detesta, que hoje é a abertura da copa. Não me enganam essas frases.

Eu também odeio flores, todavia gostaria de receber umazinha. Nem que fosse roubada do jardim do vizinho. Ficaria feliz em sair pra jantar hoje. Gastar o dinheiro que não tenho comprando um presente bem bacana pro cara e depois ver a cara dele de feliz e bobo apaixonado. Porém, hoje o dia não será assim, afinal não estou preparada para receber o tal amor bonito. Ainda não sei amar direito. O amor que eu quero ainda não encontrei.

Não é tão doloroso assim passar o dia de hoje sozinha. Doloroso é quando não se ama direito. Quando estamos com alguém para cobrir nossas carências. Quando estamos com outro alguém só para mostrar para a sociedade que nós temos alguém. Isso sim dói muito. Porque querendo ou não a pessoa que se sujeita a esse tipo de relacionamento está mais sozinha do que alguém que não tem um alguém.

Ano passado passei também sozinha, mas recebi uma ligação muito especial. Esse ano o telefone não tocou e ele não vai ligar. Não espero surpresas, nem convites, nem presentes e muito menos declarações. Eu tô bem aqui quietinha.

Mas sabe minha amiga eu acredito no amor e posso te afirmar que já vivi um. Acredito tanto no amor que espero e quero viver de novo. Tanto que decidir ficar aqui no meu cantinho, pensando na vida, no amor e preparando a casa para quem sabe o próximo ano.

Decidi que além de querer viver o amor bonito, quero um amor inteligente. Daqueles que a gente saiba amar. Mas tem uma fórmula pra isso? Não tem não minha amiga, mas eu acredito que ele exista.

Também não existe essa de “amar direito”, cada um ama do seu jeito. Cada um sabe como é o seu amar direito.

Acredito que o amor sempre vem, sempre chega e quanto mais você acredita e deixa ele solto mais ele corre até você.

Eu quero um amor cafona, mas amar é cafona. São apelidos, presentes, programas e no fundo nos adoramos. Deliciamos-nos com cada gesto, atitude, palavra, olhar.

Não se queixe pelas postagens que você vê no dia de hoje na internet, deseje felicidade. Distribua sorrisos e felicitações com o coração para aqueles casais apaixonados que você conhece. Dizem que quando desejamos o bem atraímos o bem. Vamos desejar amor, felicidade, cumplicidade para os casais que conhecemos. Eu mesma conheço vários casais e desejo tudo de melhor a eles.

Não quero meus amigos tristes no amor, sozinhos. De triste no amor basta eu? Não minha amiga, eu não estou triste hoje. Sei que hoje não estou preparada para o tal amor cafona chegar. Talvez você também não.

E enquanto ele não chega vou ali desejar felicidade e amor a todos os casais que conheço. Aproveitar o restinho do dia e me namorar, me curtir, ficar na minha própria companhia. Assistir o jogo com amigos e familiares e celebrar com eles o dia do amor.

Acredito no amor e desejo um amor lindo na sua vida, um amor cafona, inteligente e que você saiba amar. E se você já tem um amor desejo mais amor a você e ao seu amor. Não importa quem você ama, só não ame pouco e nem deixe amar. Amor é lindo demais para ser desperdiçado e deixado de lado.


Heloísa Lugão